O Palco
Me estou cansado
Estou fraco, mais ainda
Percebo que tudo o que me cerca
Está em mim, mas não estou neles
Objetos, pessoas, coisas
Em momentos assim
A escrita me serve e então
Uma parte de mim transfere-se
Para o papel
Mas quem saberá quem sou agora?
Há algo a corromper-me o intimo
Meu guardião me avisa
E eu mergulho sem medo de afogar-me
No oceano de incertezas que fui e sou
Mas o que resta de mim, então?
Já um tanto mudado e modificado
Já há o medo
De então renascer para morrer
Para começar novamente
Do mesmo ponto
Talvez fraco, como no princípio
O ponto de partida
O choro da criança é o primeiro ato de um solilóquio
Moisés
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