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A METODOLOGIA COGNITIVA EM CAMADAS OU METODOLOGIA REPOLHO

Meu escritório prático para o desenvolvimento de inteligencia e riqueza: minha mente. +55 98 987 575 079 ( Moisés de Brito) METODOLOGIA COGNITIVA EM CAMADAS OU METODOLOGIA REPOLHO

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Repentina - mente.

Repentina-mente

É, e de repente o nosso mundo some
E as certezas deixam de ser
Acontece com todo mundo
Mais cedo ou mais tarde
De repente assim nem parece
Mas aparece
Quando a gente procura por ele
Onde está? Meu mundinho pequeno
Mesquinho
Onde está?
A ilusão que eu criei
O meu pedaço
Onde foi que eu deixei?
As mentiras
Que me faziam ser mais
Mais do que eu era
De repente
Muda tudo
Tudo e Nada
Dentro da cabeça
Um novo modo de ver as coisas
Que coisas? Que verdade?
O que procuro na realidade?
Um mundo, uma cabeça nova?
Uma nova ilusão ou a morte do Ser
Que parece ser
Eterno e fica, de repente
Mórbido...


Moisés Dias.

Obra do mesmo autor

Sem título


E o que será de nós
Quando não houver mais nada para ser?
Não serão apenas portões enferrujando
Não serão apenas quadros envelhecendo
Não apenas mundos acabando
Será que nós vamos ser
Quando não houver mais nada para sermos?
Não veremos apenas rosas
não seremos nós os espinhos
Não vamos querer nada
Nada, querer, vamos, ainda
Se tudo nos vier aos olhos
Será que nós vamos ver
Que sempre estivemos errados
Mesmo que sempre acompanhados
Estávamos sós sem ver
A verdadeira ordem de tudo
Do meu tudo
Do seu tudo
Do meu ver
Do seu ter
Do meu querer
Do seu ser
Do nosso ainda
Que não vale nada
Mundos que acabam
Portas que se fecham
Quadros envelhecendo
Corpos que morrem
Vidas que acabam
Eu sem ser
Você sem nada
E Tudo e Ainda
Até o fim
Como as certezas
 e quase tudo



Moisés Dias


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Liberdade e existencia

Liberdade e existência



Sendo o carrasco da tua existência
Diria-te que amo
Se fosse, pois, teu fiel escudeiro
Triaria para mais longe chegar
Talvez na fuga eu morra
Mas não se sabe
Ao certo, o que é fugir
A morte aparente se coloca
O ar - falta coragem para continuar
As dores aumentam
O fio se parte e não sou mais
Não mais existo na tua memória
Fiz-me pesadelo e não soube
Deixei-me levar pela corrupção da alma
Lastimei minha atitude
Mas agora é tarde
Não mais voltarei a ser
Seu carrasco
Seu temeroso amigo ou amante
(...)
Penso que o momento adequado ao pranto
Inexista
E que o perdão se faça apenas em contos
Que talvez um carrasco
Sofra em demasia
Sendo da existência do outro
O anátema



Moisés Dias de Brito


O não-choro

O não-choro

Na magnitude aparente - do nada
Espreita-me num covil alucinado
Feras dentre minha entranhas
O que grita em harmonia para mim
Como os desesperados sonhos que nunca tive?
Entre o céu e o limbo - soberbos
Atam-se aos pútridos resíduos de memórias...
Lastimosamente frente a
Intransigente medonheza dos meus atos
Perante mim mesmo - avalio
Sofrerei mais
Estarei sempre à espreita de mim mesmo
Nas entranhas da vileza própria
No desespero,
porém alucinadamente
Vivo!


Moisés Dias de Brito


Direção - o oposto

Direção - o oposto


É certo que seja assim
Passos e mais passos em direção a mim
Cada vez mais a certeza sobre
Quanto mais longe do ponto de partida
Mais me sinto sem direção
Ou sem rumo
Que será de mim se novamente perder-me
Naquilo que acho certo
No caminho que tracei
Em que consiste
A sabedoria
Onde está a virtude?
Ainda me parece certo
Que seja assim
Um passo após o outro
Em direção a mim
E a cada passo que dou imagino
O caminho certo
Seria a cominho certo
O caminho de volta
Ao ponto de partida?


Moisés Dias de Brito (2000)

Onde começa a ilusão

Onde começa a ilusão


Estou a caminho
Do horizonte infindo
Da ilusão
Que me coloco como "algo" a transpor
Como um marco de iniciação
A infinitude não é o que se propõe como sem fim
Mas para abarcar tal coisa
Preciso de algo além da razão
Por isso a ilusão criada para suprir a necessidade racional
De sobrepor-se aos caminhos
Querer chegar antes
Do próprio fim
Que é o início
Que é onde o tempo não existe
Pois o tempo
Tal qual os caminhos da ilusão
Nunca termina
A não ser que
Sejam abolidos todos
Desde o seu princípio


Moisés Dias de Brito (2000)

Passos

Passos 

Começo a caminhar como o cego sem guia
Sem saber aonde o próximo passo dará
Sem nexo com a direção
Sem receio
Ponho-me a caminho de não sei onde
Apenas para não ficar sem os passos
Que são meus
Os instrumentos de minha satisfação existencial
Passos, a prova de que não estou fixo, estático
Talvez fosse melhor saber aonde me levam
Mas não abrirei os olhos agora
Estou só no começo
Quero saber apenas que posso
E sabendo então poderei seguir a direção traçada
Pelos meus erros
Pelas lembranças
Que surgirão, e em uma delas: passos
Me levarão à frente
ME farão ser mais
Que um cego sem guia
E terei nexo comigo
Por ser meu próximo passo
A extensão maior da vontade do meu eu
A dimensão externa da minha existência
Passos



Moisés Dias de Brito

Flexo - flexibilidade

Flexo- Flexibilidade

Acordei, em mim, hoje
Amanheci em ti, o dia
Alegrei-me, por nós, agora
Com o raiar do sol
Que brilha

E um instante seguinte
 Converge em pranto o sorriso
Deságua no mar o rio de soro
Um mar inesgotável
De dúvidas
E incertezas no foto
Íntimo

Uma pausa se faz
Na lágrima
Para a apuração
Dos fatos
Na consciência deste
Que fala
Como se dissesse
Algo
Realmente

E no mergulho se perde o "eu"
E na entrega em demasia
Se acha o desespero
De um que foi e não voltou
De um que vai
Ainda

O tempo se perde
Quanto ao que se perde no tempo
Não há
Não se encontra
Nem em mim
Nem em ti
Que me achou (?)
Em pleno
Salto
Para o nada, num mergulho no vazio
Inatingível
Do ego

E então acordei, só
Amanheci o dia, sol
Acorda a consciência -que fala
O desespero emerge
Do mergulho
Na profundidade da Real-mente...


Moisés Dias de Brito (1999)